Assim de repente, meio que por acaso, hoje eu falei de você.
E você saiu assim pelo canto da boca, num piscar de olhos e resto de vontade; como a lembrança do último gole de Martini que elevava os corações. Vejo seus lábios no copo marcado. Digitais.
Bateu um suspiro no caminho até a Lagoa.
As voltas sem sentido e desgovernadas que sua máquina dava em torno do grande lago. Sua mão na minha coxa, seu jeans safado, a música dos Beatles, eu e você naquele sonho, naquela noite.
Acabou, não é mesmo? Acabou.
Você não está mais comigo nem mesmo nas linhas falsificadas e lúdicas do mail vigiado. Não reconheço mais o seu rastro no corredor. Aquele perfume doce. Não está mais no quinto andar. Você não está lá.
Somos agora um latente desconforto de olhares que não se cruzam.
Caímos na lacuna de números e estatísticas que por alguma força maior se mantém firmes e filmes.
Não assisto mais ao quarenta e três. Tudo me lembra você.
Esse post é só pra lembrar que ainda estou baleado. Incomodado. Nos pensamentos mais puros e nas vertigens mais sádicas, Mr. Andy.
Faço uma metamorfose. Mas antes precisava dizer... E então, tô saindo do casulo pra virar besouro. Um besouro sensível e negro. De asas aparadas. Voando baixo.
S.M.
20 de outubro de 2003
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