Ode aos queridos (ou alargando as pregas da amizade)
O que a gente não faz por um amigo, né? Muitas coisas, boas e ruins.
As ruins a gente coloca na esfera do sem querer e da imaturidade, tipo: esquecer de responder um e-mail singelo, falar demais da sua própria vidinha colorida ou cinzenta e esquecer a dele, não levar bebidinhas quando ele te convida pra uma sessão Saia Justa, passar por cima do ego dele e dizer que o novo ficante é uó, e por aí vai.
As coisas boas a gente tende a supervalorizar; tipo assim: comprar um presentinho sem necessariamente ter um motivo especial, convidá-lo sempre pras suas baladas fervidas e mornas mesmo que o coitado tenha que acordar cedo no dia seguinte, ouvir os lamentos sinceros e chorosos do aflito e ainda estender um lencinho de seda javanesa, deixar de ir num club por que ele é persona non grata no recinto – e mantenho a promessa, viu! Logo agora o bailinho pra velhinhos resolveu virar pista de verdade: Breno e Bastos tocam lá amanhã, pode?! Viu só, supervalorizei!
Ser amigo é uma tarefa difícil pra cacete e nem todo mundo tem talento pra isso. Eu faço um esforço desmedido pra me manter na média. Mas sei que sou relapso em alguns pontos, sei que a preguiça e a raiz baiana me contaminam vez ou outra não dando conta de tantos queridos, também imagino que aturar um Santo Mário famoso pela imagem de fervido, egocêntrico e hedonista não deve ser encargo simples pros que me rodeiam. Mas o carinho honesto e generosamente dedicado, a cada dia, serve pra alguma coisa, não é? Afinal eu sou um brigadeiro (Rian, nunca havia me ocorrido tal comparação; amei), apreciado por quase todos mas agente alérgico para alguns.
Entretanto proponho-me a fazer mais amigos a cada sorriso largo que se debruça em meus ombros. E tem sido assim com o Fausto, a Andréa, o Leo B. , o Antônio, os Gaúchos, os mineiros, os londrinos, os italianos...
Discordo do JXB que mesmo sendo um gentleman com qualquer um que atravesse seu caminho, se coloca avesso a novas inscrições para amigo. Disse ele uma vez que administrar três já era suficiente. Eu não! Quero arregaçar as pregas da amizade e penetrar mais e mais amigos na minha rede de influências. Quero mais conflitos e histórias cavernosas, quero ter que lembrar dos aniversários e me preocupar com os presentes. Quero aprender e compartilhar conhecimento, fuleragens e sacanagens. Eu quero é mais.
Então, queridos internautas, amigos, bisbilhoteiros, apegados e vacilões, aqui está um cara que vos aceita de braços abertos e pregas dóceis. Se quiser fazer parte dessa roda incandescente é só se chegar, tomar um acento e um Martini e jogar as cartas na mesa.
Vem que eu sei que você tem vontade!
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