Mas pra sacudir, levante! Mais puro é o amor, mais puro é o amor
- É tudo uma fase, querido.
Disse tia Alice no domingo de Páscoa lá em casa. Eu e ela, sozinhos, ouvindo o Universo Infinito que o Cleo fez pra mim.
Minha tia é sábia, antiga, nunca fala demais. Ela tem fibra, importância e sempre diz o que é preciso ser dito na hora exata. E nesse último domingo ela foi implacável. Dissertou o que realmente importa e tentou entre analogias e parábolas, de suas décadas atrás, ajustar um coração que há dias andava inquieto e dolorido. As coisas são assim e eu confesso somente pra ela o meu nariz torto, aquele do Pirandello.
A vida que é uma festa já vai em alta madrugada e temo, e sinto que o sol vai queimar minha pele - na pista. A onda tá passando, os olhos ainda estão vermelhos e a boca seca. Relutei ao que parecia inevitável mas os meninos tinham razão: a gente cansa. Tô cansando, pedindo arrego. O Leo afirmou uma vez que o próximo amor tinha que ser do tipo que vai te buscar em casa, com conforto e cuidado. - Chega de andar de táxi! A referência pode parecer equivocada para muitos mas pra mim faz muito sentido. Quero a mesma coisa Leo, sempre quis mas ocultei após o último golpe. Confesso: quero um carinho que venha me buscar em casa. Quero amor, puro amor. Pronto, declarado. Só preciso me imbuir dessa verdade e tomar como regra. Porque a biba é lúcida mas trapaceira. Sou capaz de criar um mantra de felicidade e prosperidade e sem querer (querendo) me jogar no "fitness" do segundo andar do calabouço de Gilles. Ai meus sais!
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