28 de março de 2006

Infinito Particular

Fazer vinte e nove anos não é nada comparando aos setenta. Mas eu estou deprimido sim e não é pela soma de mais um ano ou pelo valor cabalístico do número. Na verdade, 29 é um número que me agrada muito - a soma dos dois algarismos é onze, que é o meu número de sorte. Tanto um quanto o outro sempre estiveram comigo em tentativas de estrelato mega(lomaníacos).

Mas essa data, a de amanhã, o meu aniversário de vinte e nove anos se mostrou reveladora e dolorosa ao longo do fim de semana.

Eu passei um finde muito agradável na casa do Cleo e do Marcos. Um charme no Recreio. O que me possibilitou idas à praia, música boa a todo instante, Bob Esponja e cores antes nunca vistas, relaxamento, céu muito mais estrelado e muito mais que não pode ser dito publicamente. Foi bom demais, porém na segunda, sozinho na praia praticamente deserta, eu pude refletir muito além das infindáveis reflexões diárias entre o café da manhã e a rendição ao sono da madrugada.

Estou mais uma vez naquela fase que começa no fim do verão: uma deprê sazonal que me derruba nocauteado uma vez por ano. Seja forte ou fraca ela sempre consegue abalar minhas estruturas antes centradas. O que estava como certo se torna errado e uma sucessão de frustrações avançam mar adentro, como o mar do Recreio, avançando pela areia e levando as coisas da gente.

Ouvindo anestesiado ao Infinito Particular de Marisa Monte, pude avaliar ainda mais o meu próprio e visualizar que mesmo estando ladeado por belezas mil, amores de uma vida e amores de minutos, há uma presente necessidade de mais. Um vazio.

O estranho, o frustrante é que como na letra da tríade Arnaldo, Carlinhos e Zé, eu sou realmente aquilo que se mostra: pra você, eis o melhor e o pior de mim. Mas para mim ainda há muito que explorar. Um redemoinho de pequenas incertezas ainda ronda este santo.

Por isso pessoas queridas, não esperem de mim, nessa data de amanhã, um post com ferveções sobre as comemorações mundanas desse party monster enlouquecido. O título ainda é meu, mas hoje e amanhã o clima ainda é o de reflexão e calmaria. Quem sabe uma torta de frutas em casa, feita pela mãe, um drink, um beck, um filminho do Woody.

Estou bem e já já dou notícias mais brandas. Obrigado sempre e 'não se percam ao entrar no meu infinito particular'.

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