18 de junho de 2005

Eu, a questão inerente ao Santo

Lembrando Bebel Gilberto e sua apologia ao tempo, eu também ando há tanto tempo, muito tempo a perguntar porque esperar tanto assim de alguém.

Mas em expectativa inversa a da compositora de voz doce, não busco em alguém alheio a resposta. Está em mim a grande questão:

Por que esperar tanto assim de mim mesmo? Por que esse olhar furtivo?
Será medo dos anos que passam e deixam rugas como pegadas?
O tempo passa e a todo instante sou outro, a cada luz que se apaga e trago de uísque que bebo, eu sou outro. Como o rio de Heráclito que nunca é o mesmo, assim sou eu.

E então qual o sentido dessa incessante busca da perfeição atemporal? "Não é fácil. Onde está você?"
Eu sou o melhor que posso; ontem, hoje e sempre. Mas o peso parece estar sempre ali. A dúvida não sucumbe nunca.

Nenhum comentário: