23 de maio de 2005

A vida vai bem. Apesar da presente sensação de que as coisas vão demorar um pouco para o merecido up grade. O esforço é pouco notado, o devido valor passa despercebido, disfarçado de cotidiano. Mas dou de ombros por enquanto. Tenho foco em outras paradas fora da imensidão de fitas milimetricamente organizadas e datadas para exibição que é a minha vida. Desplugo, deleto.

Olho ao meu redor e vejo as mesas vazias, agora à noite. Nessa sala fria, estou só. Um vazio contamina o meu olhar. Sinto palpitações e tento fechar os olhos por um instante, um tempinho só pra mim enquanto o telefone não toca e o e-mail não explode na tela com mais uma urgência. Tenho uma idéia melhor: alcanço um cd e ponho no driver. Agora sim, viajando ao som de Lux - Northern Lights.

De olhos fechados, procuro nos arquivos da memória algo que me traga um instante de prazer. "Uma emoção pequena, qualquer coisa; qualquer coisa que se sinta. De tantos sentimentos deve ter algum que sirva." E vou ao encontro de vários, em flashes tão claros que parecem reais. Slides de filmes. Cenário inteiros, figurinos - poucos, você e eu, a praia, a noite, os lençóis brancos de lesi, teu nariz em minha nuca, minha mão em seu peito, somos nós, sós. E depois do sonho a calmaria.

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