7 de abril de 2005

Crystal

Num e-mail pro amigo Gilberto Scofield, que está na China, relatei a minha atual sensação de permissividade à experiências com aditivos e com a noite. Depois de provar com total sucesso o amor plástico - digo ecstasy, ando lendo coisas que me estimularam ao máximo pra novas experiências. Conheci (via mídia) um tal de Crystal. Trata-se de uma metanfetamina que ativa ao extremo a sua libido.
O Fábio vai se contorcer na cadeira quando ler esse post. Imagino o que vai dizer:
- Mais libido, outra droga? Esse meu namorado tá saindo pior que a encomenda. -
Ele tem razão. Eu tô mesmo muito propenso a essas coisas. Disse pro Gilberto, via e-mail que deve ser meu lado moleque adormecido querendo dar as caras; um tom adolescente que insiste em sair da caixa toráxica. O meu fogo, meu fôlego e minha total disposição para noitadas está cada vez maior. - Deve ser medo - Sussurrou Paty Pinto no jantar. Mas... medo de quê? Indago à ela. - Do casamento que é iminente, querido. Com a vinda do love pra cá, as farras regadas na madruga vão ficar escassas - Completou a moça de bolsa Prada e olhar de gata. Parei e pensei na idéia. Engoli o salmão cru. Beberiquei uns goles de sprite zero e concordei com a cabeça: balançando lentamente para cima e para baixo.
Eu tô mesmo ressabiado e ansioso. E essa onda toda de curtir ao máximo me parece também um desejo recolhido que se mostra, agora ousado, para uma vida que antes não fora tão bem aproveitada. Fui adolescente meio nerd.
O meu amigo L. por exemplo, está a cada dia mais distante da ânsia notívaga e não agüenta mais as horas na pista sob a estrobo. Sacaneio e debocho mas entendo. Ele faz a viagem real. E eu, iconoclasta que sou, vou quebrando as barreiras da realidade, os ícones da maturidade e permaneço jovem e disposto, quase inconseqüente, quase Dorian Gray.
Puro surto, eu sei. Mas essa minha vida brilhante que se mostra da janela é mais que coerência e certeza. É energia e vigor; pode ser até Crystal.

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