O suvaco, uma muvuca deliciosa e questões do cotidiano
Ela estava uma loucura. Cheia de fogo mandando ver nas decisões. A loirinha, me ligou pra começar a comemorar o sucesso da carreira e e fogo que a consumia. Gisa passou para o doutorado e a moral subiu ao mesmo passo que o fôlego renovado após meses de ostracismo debruçada na tese de mestrado - enfim concluída. Eu não me fiz de rogado, atendi prontamente o desejo da amiga. O domingo estava lindo, meio nublado meio ensolarado, perfeito pra uma camiseta curta, bermuda e coragem pra se jogar num bloco de rua. Adivinhem onde fomos parar? No "suvado de cristo". Na verdade nos atrasamos e chegamos quase no final. Podemos dizer que chegamos a tempo de pegar o cecê do suvaco de cristo. Um luxo de lixo! O povo que gosta de bloco, de festa, de curtir a música já não estava mais. Sobrou pra nós um bando de pit boys deliciosos e perigosos, garotas que dizem não querendo dizer sim e Ivete cantado "Chupa toda, toda, chupa toda, toda!" Pois é, fascinante. Gisele e eu nos aventuramos a entrar na muvuca. Esse santo de pau oco tremeu na base. Gisa toda souta e faceira me puchava pela mão. Um roça roça daqui um grito "Gostosa!" dalí e fomos nós ao som da louca baiana mandando todo mundo chupar toda! E todo mundo parecia querer chupar mesmo - cada qual com sua diferença - naquele momento.
Todo os homens praticamente estavam sem camisa e oitenta por cento tinha uma ótima auto estima - sé é que vocês me entendem!?! Gisa, assim meio anestesiada por tanta beleza, sacou a frase curiosa:
- Agora é moda raspar o peito? Héteros também fazem isso?
- Ih, querida esse assunto é sério e merece um mesa de bar dois chopinhos pra clarear as idéias e um filósofo do lado, pra intermediar o discurso. Mas pra não te deixar no vácuo ... eles copiaram dos gays. Na verdade vêm copiando muita coisa que os gays vão lançando na história do cotidiano carioca e que se espalha pelo Brasil afora. Foi assim com o topete "alça de boque..." e muito mais.
Tento explicar no meio da galera de olhos vermelhos e suor escorrendo.
A sensação de desconforto, por estar no meio território inimigo, foi passando e fiquei mais relax. Gisa ficou super relax e foi agarrada por um gatinho de óculos aviador, um charme. Ficou lá no amasso e eu por perto tomando conta da honra da moça. Mas o negócio foi rápido. Rápido demais. Acho que perdi alguma coisa na história do cotidiano carioca (?). E perguntei pra ela:
- É rápido assim?
E ela - Ele quis verbalizar a parada.
Eu - E qual é o problema?
Ela - A retórica verbal dele não é tão boa quanto a física sacou?
Eu, pasmo - Nossa!!!
E a noite foi chegando o som ainda estourando, a Ivete ainda implorando pra todo mundo chupar toda ...
Seguimos passinho a frente, pra Lagoa, pro show do Ed Motta, pra tomar um drink responsa e sentir o clima.
Mas essa já é outra história.
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