21 de dezembro de 2004

High moment

E quem foi que disse que a tristeza era pra durar o sábado
inteiro? Não, não durou.
Saí de mansinho da tv e segui direto pra casa da loirinha. Nós
dois, abandonados nessa cidade linda e especialmente iluminada,
nos vestimos da couraça de quem quer ser feliz a noite inteira e
partimos pro Leblon. Tem visu melhor? Inspiração total. Destino?
Chope.

Às luzes do Devassa.O balaco estava ótimo, a
trilha na juke box definia o momento. Compassos de altos e
baixos, na massa. Grunidos, berros, assobios, charminhos, Björk,
Doors,Baby, Caetano. Tudo. Gente de todos os tipos, bebendo à
noite de sábado, suas alegrias e solidões. O carinha da mesa da
frente, piscava de sono, falava em inglês, olhava pra Gisa e
piscava outra vez. A moça da direita, se empanturrava de fritas
com cheddar e lambusava a bolsa Vuitton. O casal da esquerda se
amassava num amor que era todo dele; olhos que brilhavam. E nós
dois, o santo e a loirinha ali no meio, cheios de papos, a boca
cheia de amores, homens de tão perto e tão longe. E essa dialéctica de
amores distantes percorreu a noite entre chopes especiais e o
desejo de estar com eles.

Por que será que meus relacionamentos sempre esbarram no
detalhe geográfico? Porque será que mesmo tão perto os
relacionamentos da Gisa tangenciam o abismo que há entre amor e
desejo? Na real; por que?
Pra tentar elucidar essas questões, engatamos uma saideira
bem pertinho dalí. Foi no Jobi que degustamos o papo até o fim e
rimos da situção toda. Afinal eu tô indo pro sul no Réveillon e
ela com certeza pro colo do loirinho. Mais gargalhadas
alcoolizadas e muito charme e palhaçada na volta pra casa.

O Sábado foi delícia e a tristeza da manhã, que percorreu o
dia havia desaparecido por completo. Essa falsa bipolaridade tem
suas vantagens: quando eu fico triste sempre arranjo um jeito
maravilhoso de ganhar um high moment pra finalizar a parada.
Zuzu bein?!!

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