Maloca pancadão
Ainda com dores nas pernas e com os ouvidos zumbindo, eu cheguei em casa com a sensação de que tô fora de forma. Gente, foram cinco horas em pé num club lotado e com uma consumação louca! Fiquei perdidinho nessa aventura na maloca pancadão chamada The Place.
Eu já estava querendo conhecer a tal da the place desde a inauguração. Não levava a menor fé no lugar. Mas o amigo freqüentador dizia maravilhas do point do momento. Um substituto para as festas no falecido Cine Ideal. Segundo ele, o clima era o mesmo e com o advento da novidade, estava bombando.
Fiquei nesse frisson por semanas. Até que nesse finde de temperatura amena eu resolvi me jogar nessa aventura.
Saí da Gsat por volta das dez e meia da noite e fui direto pra Cinelândia - onde a maloca se esconde. E se esconde mesmo. Fica no subsolo da rua treze de maio, ao lado do teatro municipal.
Para minha surpresa, a fila na porta virava o quarteirão. Um susto.
- Mas como assim! Pensei eu, com meus botões do casaco pseudo Burburry.
Ok entendo que essa tática de deixar o povo na fila pra sugerir que a casa está lotada é velha e muito usada no mundo todo. Mas vem cá: não estamos em New York e essa definitivamente não é o Studio 54!
Com um pé atrás, fui pro final da fila esperar o Leandro pra noitada da vez.
O tempo passava e nada da biba chegar. A solução foi ouvir o papo das bibas ao redor.
E me envolvi naqueles assuntos desconexos. O casal detrás, dois rapazes zona sul, se espantavam com um certo pessoal da fila que sinceramente eram da banda pobre, digo da banda bicha-pobre!
Calma gente! Eu não sou preconceituoso não! Esse lance de bicha pobre tá mais ligado a personalidade do que dinheiro. São gays que adoram se exibir e geralmente usam aquelas camisetas que dizem "I love Britney" e a qualquer momento sacam um leque gigante pra se abanar. Um espetáculo curioso de se observar. Dá pra escrever um ensaio sobre o tema.
O grupinho da frente, os tijucanos, eram mais festeiros e contavam suas experiências em boates pelo Rio inteiro. Um tal de Buraco da Lacraia era o mais citado. Fiquei curioso pra saber que espécie de lugar tem esse nome. Será que é um clubinho da funkeira Lacraia? Hahaha!
Bem, dava pra sacar que eles eram da tijuca ou adjacências. Aqueles jeans de cóes alto, com sapato marron de fivelinha - com meia branca - , camisa "tipo" polo e gel no cabelo é a cara da Tijuca! Hahahahaha!
E foi no meio dessa galera da fila e seus papos soltos esperei e nem vi o tempo passar.
Uma hora depois o Leando chegou e por acaso a fila andou.
Uma drag cheia de plumas e meia arrastão recebia e recomendava a próxima festa: Salvation. Isso mesmo, aquela famosa no mundo inteiro!
Entramos...
End of part one
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