9 de setembro de 2004

L. & Sex

Tem gente que faz sexo pra se divertir, outras como complemento amoroso, algumas fazem sexo pra sentir dor e assim sentir prazer, tem muita gente que faz sexo tântrico, poucas que fazem sexo e gozam internamente, eu faço sexo com amor sublime mas meu amigo L. faz sexo sem nenhum desses motivos.
Ele apenas faz, encontra o sujeito, olha pra cara dele, pega no pau pra mostrar a que veio, é correspondido e traça. Não pergunta o nome, nem se gosta disso ou daquilo, ele apenas aproveita do outro. Ele usa. É usado. Um jogo sem jogo. É só ato. Sem simbolismo nenhum.
Daí fico me perguntando, porque ele está assim relapso consigo mesmo. Desvalorizando o que pode ser tão bacana. Por que sexo não precisa vir acompanhado por um motivo lógico ou aceitável. Mas calma aí! Ainda somos humanos. Somos? Há que se criar um clima. Seja ele qual for: sedução, romance, perversão, submissão, gentileza, até mesmo altruísmo, acreditem! Mas... falando sério, não é justo tirar qualquer valor ao já tão banalizado sexo nosso de cada dia.
L. é um cara legal. Mas tá passando por essa fase obscura, sem perguntas a fazer e sem respostas pra dar. Ele anda pela noite após horas de trabalho árduo, se joga num club qualquer e não dança na pista. Ele fica estático e desperta curiosidade. Um tom blasé que só ele tem. L. é um charme. Mas tá sofrendo. Ele me disse ontem, num papo no bistrô do Paço, que chegou a chorar num canto do quarto escuro da Le Boy. Estava lá sendo consumido por um e outros mas de reação mesmo somente as lágrimas que caiam no peito nu. Mas ele não se recompôs e foi beber um cuba no bar, permaneceu ali, inerte.
Estou confuso. Não sei como ajudar. Paro e penso. Nada sai.

Nenhum comentário: